Comércio de Caxias do Sul avança 1,2% em junho e surpreende pelo desempenho atípico no período

O comércio de Caxias do Sul encerrou o mês de junho de 2025 com crescimento de 1,21% em relação a maio, resultado considerado incomum para o período. Apesar do tímido resultado das vendas de Dia dos Namorados, que apresentou incremento de 1,9%, o desempenho foi puxado pelos setores automotivo e de eletrodomésticos. No comparativo com junho de 2024, o aumento foi mais expressivo, de 7,52%, enquanto no acumulado do ano registrou alta de 2,39% e, no acumulado dos últimos 12 meses, o avanço chegou a 1,34%.

As informações são do Termômetro de Vendas da CDL Caxias e foram divulgadas em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (12), junto à Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC). 

Para o assessor de Economia e Estatística da CDL Caxias, Mosár Leandro Ness, o resultado de junho surpreende, visto que excetuando o Dia dos Namorados não houve outras datas comemorativas de grande impacto no período.

“A avaliação é de que parte do comércio, especialmente do ramo duro, puxou esse resultado positivo”, observa Ness.

Os segmentos do ramo duro, que contribuíram para o bom desempenho, foram automóveis, caminhões e autopeças novos (5,86%) e eletrodomésticos, móveis e bazar (2,69%). Por outro lado, o desempenho negativo foi sentido pelos setores de implementos agrícolas (-6,21%), materiais elétricos (-4,79%), material de construção (-2,46%), ótica e joalheria (-1,17%) e informática e telefonia (-0,81).

Já o ramo mole teve retração de -1,06% em junho, após crescimento de 3,13% no mês anterior. O destaque positivo do mês foi o segmento de livraria, papelaria e brinquedos (3,43%). Em contrapartida, produtos químicos recuaram (-7,28%), assim como farmácias (-0,89%) e vestuário, calçados e tecidos (-0,78%).

O estoque de dívidas também apresentou desaceleração em junho, com crescimento de 0,81%, contra 3,44% registrados em maio. No acumulado do ano subiu 3,82% e, em 12 meses, 12,96%. Ao comparar com junho de 2024, houve leve recuo, de -0,16%.

Setor de crédito e inadimplência

No setor de crédito, houve queda de -8,22% no volume de consultas em junho frente a maio. No entanto, na comparação com junho de 2024, o volume cresceu 16,78%. As consultas ao SPC por parte dos lojistas caíram -8,21%.

O volume de inclusões de débitos aumentou 13,71% em relação a maio e 144,92% na comparação com o mesmo período do ano anterior. As exclusões, por sua vez, apresentaram queda de -12,47% no mês, mas registraram alta de 37,09% em relação a junho de 2024. A significativa variação ocorreu em função da suspensão de inclusões de débito feitos pelos bureaus de crédito, por conta dos eventos climáticos que aconteceram em maio do ano passado.

O índice de inadimplentes apresentou estabilidade em junho (0,09%) e crescimento de 13,61% no comparativo anual.

Ness ressalta que o aumento recente nas inclusões de débitos se deve, em parte, à correção técnica após o bloqueio ocorrido em 2024.

“O comportamento dos registros mostra uma certa estabilidade, o que indica que o cenário da inadimplência, embora ainda preocupante, não está em deterioração acelerada”, explica Ness.

Mercado de trabalho

Em relação ao mercado de trabalho, o mês de junho apresentou avanço no comércio local de 3,4% no número de empregos formais no comparativo anual (29.549 em junho de 2025 contra 28.578 em junho de 2024) e uma pequena alta de 16 vagas em relação ao mês anterior.

Ness conclui dizendo que apesar do desempenho positivo do comércio local, o cenário macroeconômico nacional ainda inspira cautela, especialmente em relação ao câmbio.

“A queda nas exportações e o aumento das tarifas impactam diretamente na balança comercial, o que pode elevar ainda mais a taxa de câmbio”, aponta o economista.

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Legenda: Coletiva de imprensa apresentou os dados do Termômetro de Vendas de junho

Crédito: Rosângela Longhi/CDL Caxias