Ausência de datas comemorativas e retração de itens de maior valor resultam em queda de 1,2% nas vendas em julho

O comércio caxiense encerrou julho com queda de -1,2% nas vendas em relação ao mês anterior. O resultado, embora negativo, já era esperado devido à ausência de datas comemorativas no mês e à retração na venda de itens de maior valor agregado, especialmente no chamado ramo duro. No entanto, o desempenho do setor segue positivo de 2,10% em relação a julho de 2024, assim como crescimento de 2,34% no acumulado do ano e incremento de 1,05% nos últimos 12 meses.
As informações são do Termômetro de Vendas da CDL Caxias e foram divulgadas em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (09), junto à Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC).
O assessor de Economia e Estatística da CDL Caxias, Mosár Leandro Ness, avalia que o resultado de julho não compromete o desempenho geral do comércio em 2025, que segue em trajetória de crescimento moderado.
“A diferença entre o comportamento dos ramos duro e mole revela um consumidor mais cauteloso com compras de maior valor, mas ainda ativo em segmentos essenciais e de menor custo”, observa.
No ramo duro, os segmentos com pior desempenho foram implementos agrícolas (-8,52%), eletrodomésticos, móveis e bazar (-4,79%) e automóveis, caminhões e autopeças (-3,41%). Por outro lado, materiais de construção (5,24%), informática e telefonia (3,32%), materiais elétricos (2,28%) e ótica e joalheria (1,89%) tiverem desempenho positivo.
No ramo mole as baixas ficaram com produtos químicos (-6,01%) e livraria, papelaria e brinquedos (-5,10%), enquanto as altas foram registradas em farmácias (6,69%) e vestuário, calçados e tecidos (3,75%).
Crédito e inadimplência
O volume de consultas ao crédito teve retração de -2,34% em julho, com destaque para a queda de -2,43% nas consultas realizadas por lojistas. Por outro lado, o número de consumidores que consultaram seu próprio CPF cresceu 15,10%.
As inclusões de débitos foram de -9,78% em relação a junho, enquanto o valor do estoque de dívidas apresentou alta de 0,59%. O número de inadimplentes registrou estabilidade (-0,02%) sobre junho, mas alta de 5,66% em relação ao mesmo período de 2024.
Emprego formal
O número de empregos com carteira assinada no comércio apresentou queda de 24 vagas em julho, embora tenha crescido 3,36% na comparação anual, totalizando 29.525 postos formais.
Ness, avalia que o cenário econômico nacional continua impactando o comércio local. A recente imposição de tarifas de importação dos EUA sobre produtos brasileiros, embora com exceções setoriais, elevou a incerteza e contribui para a revisão das projeções de crescimento do PIB nacional para 2,10% em 2025. O economista também aponta as altas taxas de juros e o aumento da inadimplência como fatores importantes para a redução da oferta de crédito, impactando negativamente o consumo, especialmente no segmento de bens duráveis.
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Legenda: Coletiva de imprensa divulgou dados do Termômetro de Vendas de julho
Crédito: Rosângela Longhi/CDL Caxias